RESUMO - VIVENDO A PANDEMIA NA DOCÊNCIA: VOZES MULHERES NO IFRN

Ilane Ferreira Cavalcante
ilane.cavalcante@ifrn.edu.br

 

Rosemary Pessoa Borges de Almeida

rosemary.borges@ifrn.edu.br

 

Elizama das Chagas Lemos

elizama.lemos@ifrn.edu.br

 

 

Resumo 

No cenário da educação pública brasileira, a rede federal se constitui em um espaço privilegiado para a docência, o privilégio, no entanto, se constitui daquilo que deveria ser o mínimo necessário ao exercício da docência: a possibilidade de dedicar-se de forma articulada a ensino, pesquisa e extensão, a estabilidade profissional, a dedicação exclusiva à instituição, carga horária destinada a planejamento e estudo. Apesar desse suposto privilégio, a realidade da docência durante a pandemia COVID 19 não foi necessariamente fácil ou simples para seus professores. Nesse contexto de múltiplas dificuldades, como ficaram as mulheres professoras? Que aspectos positivos e negativos cercaram o seu cotidiano durante a pandemia COVID 19? Essas questões, que nos atingem diretamente, por também sermos mulheres, professoras e pesquisadoras, guiaram a nossa pesquisa e trazemos aqui os dados coletados e os relatos das professoras como um registro desse momento institucional. Para tanto, aplicamos um questionário contendo perguntas abertas e fechadas, procurando conhecer o perfil dessas mulheres e colher relatos acerca de suas vivências durante a pandemia. O questionário foi elaborado por meio do Google forms e enviado via e-mail e redes sociais, recebendo um total de 104 respostas em apenas uma semana de aplicação. Para a análise dos relatos optamos pela Análise Textual Discursiva (ATD), baseada em Moraes e Galiazzi (2006). Os resultados levam a perceber que o vírus não traz apenas o perigo da letalidade, também atinge as mulheres de outras formas. A tripla jornada, que somava atenção ao trabalho externo e interno ao ambiente doméstico se torna mais complexa sem a ida ao local de trabalho. A atenção aos filhos ou aos idosos sob a responsabilidade prioritária das mulheres torna-se constante, sendo dividida, no mesmo ambiente, com as questões do trabalho externo. A angústia quanto à intervenção no IFRN transparece na maioria das respondentes (apenas 10 indicaram não terem sido afetadas por essa situação). As relações pessoais tornam-se mais conflituosas, pois a convivência constante no mesmo ambiente gera desgastes.

Palavras-chave: Educação Profissional. Igualdade de Gênero. Educação em tempos de Pandemia. Ensino remoto. Tecnologias educacionais.

Comentários

  1. Gostei muito da pesquisa. Dialoga com a nossa, proposta nesse simpósio, em que três professoras da UERN relatam o processo de escrita de uma carta, contendo esse debate e solicitando a redução da carga horária de trabalho para cuidadora (e) s da instituição de ensino. Infelizmente lamentamos o descaso institucional , que embora a legislação se refira à excepcionalidade do período, decorrente da situação emergencial, na prática, a sobrecarga que já existia na modalidade presencial ficou exaustiva demais para docentes e discentes que cuidam de alguém.

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