RESUMO - VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: REFLEXÕES SOBRE O ESTADO DO CONHECIMENTO
Ana Cristina Santos Costa
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Larissa Maia de Souza
Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Avelino Aldo de Lima Neto
Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Resumo
Este resumo é parte de uma pesquisa de mestrado em andamento, realizada no Programa de Pós-graduação em Educação Profissional (PPGEP) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). O trabalho também se insere em um projeto mais amplo, financiado pelo CNPq e intitulado Corpo, gênero e sexualidade na Educação Profissional: cenários epistemológicos e subjetivos, desenvolvido como atividade do Grupo de Pesquisa Observatório da Diversidade (IFRN/CNPq). O presente trabalho objetiva apresentar o estado do conhecimento acerca da produção científica relativa à violência de gênero no contexto da Educação Profissional (EP). Fazemo-lo com a intenção de verificar lacunas epistemológicas referentes à temática abordada. As fontes de busca foram a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD); o Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e, por fim, o Portal Memoria – Repositório Institucional do IFRN – neste último caso, com ênfase na coleção do Mestrado Acadêmico em Educação Profissional. Como descritores de busca, escolhemos “Violência de gênero” e “Educação Profissional”; “Violência” e “Educação Profissional”; “Violência de gênero” e “Educação”. Em todas as buscas finais usamos aspas, o booleano AND e o filtro de temporalidade fazendo o recorte de 2008 até 2020. O recorte temporal se justifica pelo fato de no ano de 2008 ter sido criada a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPT), pela lei n.º 11.892. Selecionamos os trabalhos com prováveis associações com os descritores. Em seguida, lemos os resumos, conferimos os sumários e fizemos a análise e interpretação dos dados coletados. Como resultado, verificamos que as pesquisas envolvendo “Educação”, “Educação Profissional”, “Violência” e “Violência de gênero” ainda são poucas. Ainda mais raras são as produções que cruzam “Educação Profissional” e “Violência de gênero”: identificamos tão somente oito trabalhos. A maioria das produções está na área de Ciências Humanas com ênfase em Educação. Os anos com maior índice de publicação são 2013 e 2018, com 5 produções cada um. Esses anos são seguidos por 2014, 2017 e 2019, com 3 obras cada. A maioria dos lócus de estudo são escolas e Institutos Federais. Grande parte das autorias dos trabalhos são de mulheres. Finalmente, comprovamos também a inexistência de trabalhos cujos objetos versem diretamente sobre a violência de gênero no PPGEP/IFRN, programa no qual desenvolvemos a nossa pesquisa. Isso posto, confirmamos que a violência de gênero, um assunto tão importante, pertinente e presente na vida das alunas do IFRN – e das mulheres em geral, enquanto grupo politicamente minoritário – ainda não tem visibilidade epistemológica.
Este aspecto da invisibilidade epistemológica do tema tem aspectos importantes para a discussão: primeiro, a necessidade de reconhecer as assimetrias de gênero na instituição; segundo, o "restrito"entendimento das expressões de violência, inclusive dos assédios, os quais são mais explícitos, mas há um destaque aos aspectos mais simbólicos dessa violência a qual ocorre em diversos níveis, não somente no IFRN, mas em espaços de diferenças profundas. É tempo de construirmos e enfatizarmos esse campo epistêmico do gênero em relação com a EP.
ResponderExcluirA baixa incidência de trabalhos sobre esse tema é, por si só, uma denúncia - a qual vocês dão ênfase e continuidade ao desempenhar tamanha pesquisa. A grande diferença é a troca do silenciamento como evidência pelo direito ao grito, como nos legou a exímia escritora Clarice Lispector.
ResponderExcluirRhayara Lira