RESUMO - PERFORMANCES E POÉTICAS DO CORPO EM TEMPOS DE PANDEMIA

Heleniara Amorim Moura
Instituto Federal de Minas Gerais

heleniara.moura@ifmg.edu.br

 

Heloísa de Souza Rocha

Instituto Federal de Minas Gerais

heloisarocha2003@gmail.com

 

Luciana Baêta Silva

Instituto Federal de Minas Gerais

lucianabaetasilva@hotmail.com

 

Marie Luce Tavares

Instituto Federal de Minas Gerais

marie.tavares@ifmg.edu.br

 

Mônica de Freitas

Instituto Federal de Minas Gerais

monica.freitas@ifmg.edu.br

 

Paloma Fernanda Sabino Tavares

Instituto Federal de Minas Gerais

palomafernandastavares@gmail.com

 

 

Resumo 

Este projeto nasceu no chão da escola, ao observarmos esse espaço profundamente modificado por estudantes que, em 2019, idealizaram um coletivo de mulheres, auto-organizado, composto por alunas, professoras e servidoras que buscavam ocupar e construir seu lugar, reivindicando os direitos e as demandas das mulheres. A criação do Coletivo Matricarias no IFMG - Campus Ouro Branco realizou uma mudança significativa na abordagem à questão de gênero, tensionada no ambiente acadêmico do instituto, especialmente, pela forma de ação do grupo: intervenções artísticas por meio da música, da poesia e da dança, além de oficinas, palestras e rodas de conversa dentro e fora do ambiente escolar, envolvendo mulheres num círculo em que a arte é instrumento de luta e de cura. A partir desses processos e na interação com os debates propostos pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Raça/Etnia e Sexualidade (NEPGRES), houve a necessidade de pesquisar o tema mais profundamente, estabelecendo critérios de análise e observação, não apenas dos processos de criação, como também da recepção das performances artísticas criadas. Em, 2020, o projeto Performances e poéticas do corpo: mulheres em versos tem se voltado para o estudo de conceitos como o feminismo, a interseccionalidade, a performance e a poesia. Como são conceitos complexos, a prática artística se apresentaria como ferramenta cognitiva de uma aprendizagem a partir do corpo e da experiência da recepção. Com a incidência da pandemia COVID19 e com o isolamento social, o projeto foi impactado pela ausência do corpo físico e os encontros têm sido mediados por tecnologias que nos aproximam e distanciam. Entre perdas e ganhos, a pesquisa voltou-se para esses novos contextos de produção das performances desses “corpos poéticos” em cena digital. Nesse sentido, o projeto realizou encontros com performers e coletivos que têm também repensado sua prática artística. Além disso, coube-nos analisar a própria prática artística do Coletivo Matricarias e os processos de compreensão da performance em outro contexto de produção. Do isolamento, surgiram outras formas de compreensão do feminino, num olhar para os interiores e o espaço privado. A performance dos corpos em telas digitais realizou-se na proximidade dessas mulheres que, juntas, pensam suas trajetórias, influências e inspirações, não apenas em processos artísticos autorais de poesia e fotografia, como também na análise de músicas, pinturas e performances de diversas artistas que fazem parte da construção identitária das componentes do Coletivo. Entre versos e canções, pinturas e fotografias, há a busca da construção de uma poética coletiva em tempos de pandemia, como forma de resistência e cura.

Palavras-chave: Performance. Poéticas do Corpo. Gênero; Poesia. Artes Visuais.

Comentários

  1. Primeiramente, gostaria de parabenizá-les pelo trabalho! Minha questão é sobre quais são os diálogos que o corpo realiza com as narrativas poéticas e como essas foram transformadas pela/na pandemia?

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    1. Ao analisarmos o coletivo Matricarias e produções poéticas semelhantes, percebemos como na poesia e na arte se refletem os diversos atravessamentos dos corpos que as compõe, corpos esses que se tornam, inclusive, uma ferramenta poética, carregados de vida, história e potência. Nosso trabalho se volta para a poesia, não estudamos narrativas. Com a pandemia houve uma mudança completa na forma de produção do coletivo, antes a produção era feita coletiva e presencialmente, cheia de contatos e trocas. No artigo corpo-vetor e corpo-utópico, Daniela Lima pontua: "Em Le corps utopique, Foucalt diz que é o toque do outro que faz com que o corpo exista fora das utopias[...]" e estamos formas de produzir/compreender as poéticas do corpo em suportes mediados não mais pela presença física.

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  2. Felicitações pela iniciativa! Qual o referencial teórico que o grupo tem utilizado para aprofundamento da pesquisa e para as análises ?

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    1. O grupo tem se referenciado nos autores Stela Fischer, Ludmila de Almeida Castanheira, Armando F. Pinho e João Manuel de Oliveira para analisar os processos das performances, as autoras Helena Hirata e Karla Akotirene para o estudo dos temas presentes nos debates propostos pelo NEPGRES, além de Michel Foucault e Daniela Lima no estudo dos corpos.

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  3. Nossa pesquisa se volta para o Coletivo Matricarias, que atua na cidade de Ouro Branco, e faz diversos trabalhos. Para saber um pouco mais sobre o coletivo você pode nos acompanhar pelo Instagram: @coletivomatricarias.

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