RESUMO - FORMAR PARA O CUIDADO: A FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL E O ENSINO INTEGRADO EM SAÚDE
Maria Carolina Xavier da Costa
Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Ana Cristina Santos Costa
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Avelino Aldo de Lima Neto
Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Resumo
O presente resumo é um recorte de uma pesquisa de mestrado em andamento do Programa de Pós-graduação em Educação Profissional, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (PPGEP/IFRN). Esta se insere em um projeto mais amplo, financiado pelo CNPq e intitulado “Corpo, gênero e sexualidade na Educação Profissional: cenários epistemológicos e subjetivos”. Atrela-se também aos estudos do grupo de pesquisa do Observatório da Diversidade (IFRN/CNPq). A pesquisa objetiva fazer uma discussão breve a respeito da formação humana integral e ensino integral em saúde, destacando sua importância na formação profissional das técnicas de enfermagem na Escola de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ESUFRN), instituição que compõe a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Considera-se a Enfermagem como uma área do conhecimento, mas também como uma profissão intimamente ligada à noção de cuidado, pois lida diretamente com o corpo, o envelhecimento, a doença e a morte do paciente. Embora essencial ao exercício da profissão, os conhecimentos técnicos não são suficientes para uma assistência qualificada, portanto é necessário estruturar práticas pedagógicas que promovam o cuidado humanizado, e rompam com o modelo biomédico hegemônico, priorizando a integralidade do ensino. No debate sobre ensino integral, as relações entre práticas pedagógicas e a formação humana integral têm colocado o indivíduo no centro do processo educativo. Trata-se de uma concepção de ensino em que pensar e fazer se encontram integrados na aprendizagem de qualquer disciplina. Para a enfermagem isso envolve a ampliação da dimensão cuidadora, ou seja, produzir uma técnica sem desviar o olhar da subjetividade de cada indivíduo. Nesse sentido, o ensino integrado em saúde deve se contrapor a mera operacionalidade. Para superar esse tecnicismo, Araújo (2014) defende o ensino integrado como projeto pedagógico comprometido com o desenvolvimento de ações formativas integradoras capazes de promover a autonomia e ampliar os horizontes dos sujeitos das práticas pedagógicas, professores e alunos, principalmente. Além disso, atentamos para a necessidade de problematizar, no interior da EPT enquanto campo epistêmico e modalidade educativa, os processos que naturalizam o cuidado enquanto prática vinculada às mulheres, colaborando para a manutenção de relações desiguais entre os gêneros. Empregou-se metodologia de abordagem qualitativa e exploratória com o intuito de proporcionar uma maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito e descrever as características do grupo a ser estudado. O referencial teórico se concentrará na literatura acerca dos estudos de gênero, em diálogo constante com teóricos da Educação Profissional e como resultado, espera-se problematizar o trabalho do cuidado e considerar a onilateralidade na Educação Profissional em Saúde, levando em conta as relações de gênero.
Olá, um tema de pesquisa de extrema importância. Trabalho com integralidade do cuidado, formação profissional e educação permanente em saúde, os problemas acima citados são presentes em diversos cursos, alguns até mais evidentes que outros.
ResponderExcluirDiria que enfermagem carrega um estigma de proporcionar o "cuidado" de forma mais completa entre os outros profissionais, certamente associado ao número de mulheres que exercem a profissão e aparentam naturalmente possuir essa capacidade de "cuidar de todos". Enfim, um breve comentário para parabenizar sobre o trabalho, e adoraria compartilhar experiências de pesquisa.