RESUMO - DO ASSENTAMENTO AO SONHO: A HISTÓRIA SOBRE COMO UMA MULHER DO CAMPO PODE GANHAR O MUNDO POR MEIO DA EDUCAÇÃO

Rhayara Lira de Souza
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
lira.rhayara@escolar.ifrn.edu.br

Francinaide de Lima Nascimento
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
francinaide.silva@escolar.ifrn.edu.br

Resumo

Ser mulher do campo significa conviver diariamente com algumas das principais heranças coloniais radicadas no Brasil, como as consequências do Patriarcalismo e as desigualdades de uma divisão de terras baseada no Latifúndio monocultor e elitista. Ser mulher do campo é vivenciar opressões sistemáticas e hierarquizadas. Mas ser mulher do campo é também conservar as tradições das nossas ancestrais, compartilhar o imenso valor do poder de grupo e entender humanamente o significado da palavra comunidade. Ser mulher do campo é ser de resistência e luta e ter sua vida revolucionada pela educação. Mas qual espaço a história destinou para que esse relato fosse contado? Muitos foram os espaços e direitos sociais negados institucionalmente a esse grupo, bem como a voz e a representatividade de suas memórias. A partir do entendimento da necessidade de ouvirmos e protagonizarmos essas vozes, o presente resumo é uma iniciativa frutificada a partir do trabalho de pesquisa (em fase inicial) realizado em conjunto com as professoras Francinaide de Lima Nascimento (IFRN) e Sara Amorim (UERN) sobre as mulheres campesinas e o poder transformador e revolucionário da educação em suas vidas, na construção de suas trajetórias, e, consequentemente, de suas memórias.  Baseando-se nos exemplos de um grupo de mulheres que teve suas vidas desenhadas pelo trabalho, pela agricultura familiar e pela vivência nos assentamentos do estado do Rio Grande do Norte, de uma sondagem de suas condições sociais e das interferências do IFRN e da experiência educacional transformadora proporcionada pela instituição em suas vidas, por meio da aplicação de entrevistas, está sendo construído o registro escrito desse processo. O presente trabalho propõe trazer a público parte da história da primeira delas, embasando-se teoricamente na obra problematizadora do trabalho feminino da filósofa e feminista Silvia Federeci, na Educação Libertadora de Paulo Freire e da conceituação de memória proposta pelo historiador francês Jacques Le Goff. Em suma, o trabalho sobre o qual nos debruçamos faz jus à visibilidade necessária a um grupo historicamente destacado no cenário de luta por direitos políticos e sociais, que encontrou na força de grupo e do trabalho suas próprias formas de coesão social e que merece ocupar os mais variados espaços de representatividade, a começar pelo registro de suas memórias, ao que aqui nos propomos a apresentar metodologicamente  por meio de pesquisa qualitativa, baseando-se na realização de entrevistas individuais com o intuito de captar as vivências das mulheres do campo em seus registros orais e afetivos, relacionando o material obtido com a bibliografia selecionada e posterior escrita de capítulo de livro a ser publicado pela Editora do IFRN.

Palavras-chave: mulheres; campo; memória; Educação Profissional, Revolução.

Comentários

  1. Parabéns pela proposta de investigação. Metodologicamente, sugiro evitar o termo " a mulher do campo " , evitando o uso de um sujeito universal, que não condiz com as escolhas teóricas das autoras.

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  2. O trabalho de Rhayara traz aspectos relevantes acerca da interseccionalidade e sua incidência na pesquisa sobre as mulheres, colocando o foco nas campesinas e as oportunidades emancipatórias que a educação proporcionam.

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