RESUMO - VIOLÊNCIA NA HISTÓRIA DO BRASIL 'PANDÊMICO': QUE QUEIMA/DESMATA A NATUREZA E FERE OS POVOS INDÍGENAS - DO LUTO À LUTA

Autores(as)
Guilherme Matos de Oliveira - ggui995@gmail.com (UESB)
João Carlos Santos Campos - joaocarlossantoscampos@yahoo.com.br (UESB)

Resumo
Este texto objetiva discutir os rebatimentos da violência histórica fomentada pela lógica colonizadora no território brasileiro, que desde o século XVI vem sendo contrária à reprodução da vida, do trabalho e da cultura socializada na terra dos/pelos povos indígenas, ao passo que ante às investidas de repressão, estabelecidas uma vez mais na pandemia do Covid-19, devemos lutar em defesa desses povos e do bem comum em uma totalidade social. Diante disso, para respaldarmos nossas reflexões utilizamos como procedimento metodológico a leitura de textos, artigos e livros científicos, bem como de textos e dados de sites da internet que tratam sobre a temática em questão, elucidando principalmente os dilemas hodiernos vividos pelos povos indígenas em nosso país, à medida que essas informações nos auxiliam no presente debate. Observa-se que a invasão europeia em terras brasileiras, desde 1500, vem atingindo os povos indígenas, estes que historicamente se relacionam com a natureza, com a terra, e nela constituíram modos próprios de vida, de trabalho coletivo, de cultura, etc. que vão de encontro à um processo “civilizatório” de colonização que se efetiva, dentre outras investidas, por meio da violência ideológica/repressiva dos colonizadores, estes que devastaram a natureza indígena sob a base da violação de corpos pelo estupro e pela dizimação sangrenta, do desmatamento da floresta nativa e usurpando dos recursos desta para satisfazerem seus interesses mercantis. Passados cinco séculos, essa triste situação – mesmo que com novos conteúdos – se perpetua, ao tempo em que homens e mulheres indígenas são para muitas pessoas personagens “exóticos”, como se estes estivessem fora da realidade concreta. Contrários a este pensamento, entendemos que os indígenas são sujeitos que historicamente compõem o território brasileiro, mas ao viverem nas suas particularidades se distinguem, no tempo e no espaço, da sociedade capitalista dita ‘moderna’ que continua a invadir, queimar e desmatar as matas, a agredir todo um ecossistema e a tentar ferir/matar/violar a vida e os costumes da mediação ontológica dos povos indígenas com a natureza, ao ponto de nesse contexto violento estes povos serem contaminados com o novo coronavírus. Dessa maneira concluímos que, por meio de palavras e ações, devemos nos colocar ao lado dos indígenas reconhecendo-os enquanto sujeitos históricos que, nas suas trincheiras, são guardiões dos recursos naturais e de tradições seminais com a terra, relação esta de resistência à um Brasil ‘Pandêmico’ constituído há muito tempo por inúmeros sujeitos sociais que não se reconhecem enquanto natureza e se sucumbem cotidianamente. Torna-se necessário então construir uma sociabilidade intercultural em nosso país e no mundo, superando o luto na luta contra a violência, prezando pelo respeito e pelo bem comum da humanidade na sua diversidade biológica, social e cultural.

Palavras-chave: Cultura. Natureza. Povos Indígenas. Território Brasileiro. Violência.

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