RESUMO - “SER MULHER INDÍGENA”: GÊNERO E PODER NA LUTA DO POVO TENETEHAR- TEMBÉ PELO DIREITO AO TERRITÓRIO

Autores(as)
Thaynã do Socorro Santiago Galvão dos Reis - thaygalvao94@gmail.com, mestranda do Programa de Pós- Graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia- Universidade Federal do Pará.
Vanderlúcia da Silva Ponte - vantutorapa@gmail.com, doutora pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará e a École Doctorale Erasme da Universidade Paris 13, professora da Faculdade de História- UFPA e do Programa de Pós-graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia.

Resumo
Ao longo do processo histórico a figura feminina vem sendo equivocadamente representada com passividade e submissão diante do projeto colonial que, de acordo com Walter Mignolo (2014), estruturado pelo modelo racista e patriarcal. Neste sentido, no que se refere às mulheres indígenas, a violência contra sua historicidade é ainda mais marcante, uma vez que a mesma ocupa um espaço duplo de subalternidade (BIDASECA, 2010), sendo mulher e não branca. No entanto, as mudanças na historiografia, segundo Raquel Soihet (1997), ampliaram os debates e abriram espaço para que estas representações fossem reavaliadas, colocando as mulheres como objetos de estudos na História. Assim, repensar a história das mulheres, respeitando suas diversidades e historicidades configura um ato político que mostra que as mulheres têm história. A partir de uma metodologia que atravessa os campos da História Oral e da Etnografia, este trabalho pretende pautar as relações de gênero e poder que se desenham na sociedade Tenetehar-Tembé, buscando um debate intimista que parte das próprias perspectivas das mulheres Tembé, primeiras vozes neste trabalho. Na cultura Tembé, as mulheres ocupam um papel central, uma vez que a construção do gênero, neste contexto, está diretamente associada à construção do corpo, constituído nos rituais de passagem, espaços estes protagonizados pelas mulheres, seja como conhecedoras dos saberes ou como agentes diretas na interação do povo com a espiritualidade e a cosmologia (LATOUR, 2018), mostrando o território como meio dinamizador da construção do “Ser mulher indígena”, sendo assim, a mulher indígena é ponto central também na luta pelo direito ao território.

Palavras-chave: Gênero. Tenetehar-Tembé. Território.

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