RESUMO - PERCURSO FORMATIVO DE PROFESSORAS INDÍGENAS: DAS ALDEIAS À UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
Autores(as)
Carma Maria Martini - carmamartini@unir.br (Universidade Federal de Rondônia e
Universidade Estadual de Maringá)
Eliane Rose Maio - elianerosemaio@yahoo.com.br (Universidade Estadual de Maringá)
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo descrever a trajetória formativa de professoras
indígenas, estudantes da Licenciatura em Educação Básica Intercultural da
Universidade Federal de Rondônia (UNIR), campus de Ji-Paraná. Trata-se de um
recorte da pesquisa de doutorado que está sendo desenvolvida no âmbito do Programa
de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM) –
DINTER UEM/UNIR. É uma pesquisa qualitativa embasada teoricamente em autores/as
das áreas dos Estudos Culturais e dos Estudos de Gênero. A população da pesquisa
compreendeu as estudantes matriculadas na Licenciatura em Educação Básica
Intercultural da UNIR no segundo semestre de 2018. Da qual, selecionamos uma
amostra de cinco colaboradoras, com base nos seguintes critérios: ser professora; estar
no ciclo específico do curso; ter interesse e disponibilidade em participar do estudo.
Realizamos a pesquisa de campo em novembro de 2018 e utilizamos o questionário e a
entrevista semiestruturada como instrumentos para a produção de dados. Na
interpretação e análise do material gerado, recorremos a estratégias da Análise
Categoria Temática, uma modalidade da Análise de Conteúdo. As colaboradoras são de
cinco diferentes etnias: Tupari, Arara, Oro Waran Xijein, Jabuti e Sabanê. Residem em
cinco Terras Indígenas de Rondônia: Rio Branco, Igarapé Lourdes, Sagarana, Rio
Guaporé e Parque Indígena Apurinã. A idade varia entre 28 a 48 anos, três são solteiras
e duas vivem em união estável. Nos anos Iniciais do Ensino Fundamental, quatro delas
estudaram em escolas indígenas e uma em escola não indígena; nos anos finais, duas
estudaram em escolas indígenas – sendo uma por meio da Educação de Jovens e
Adultos (EJA), duas em escolas não indígenas e uma não concluiu – cursou apenas até
o sexto ano em uma escola indígena. No Ensino Médio, quatro delas, inclusiva a que
não concluiu o Ensino Fundamental, participaram do Projeto Açaí de Magistério
Indígena e uma frequentou a EJA. Ingressaram na Licenciatura Intercultural por meio de
vestibular específico e atuam nas escolas de suas comunidades – quatro concursadas e
uma com contrato temporário –nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com um tempo
médio de experiência de 6,1 anos. Elas encontraram diversos obstáculos durante o
processo de formação, como: a ausência de escolas ou etapas de ensino nas aldeias
em que residiam, retardando o início dos estudos ou ocasionando interrupção;
dificuldade de se inserir nas escolas não indígenas por questões culturais e linguísticas,
o que provocou reprovações e desistências; e, questões culturais e de gênero.
Geralmente o espaço de atuação da mulher indígena é o privado, cabe a ela a
responsabilidade de cuidar da família e da casa, o que muitas vezes a impossibilita de
dar prosseguimento aos estudos. No Ensino Superior a situação se agrava, pois, além
das questões já citadas, existe o fato das políticas públicas de acesso e permanência
não darem conta de atender a demanda dos povos indígenas.
Palavras-chave: Docentes indígenas. Mulheres indígenas. Gênero.
Parabéns Pesquisadoras por está temática brilhante sobre as questões indígenas.Acredito que estas contribuições e considerações serão de grande ênfase para as futuras pesquisas!
ResponderExcluirObrigada pela devolutiva.
ExcluirParabéns Carma e Eliane, uma excelente reflexão sobre essa temática que necessita de atenção. Por ser um recorte de uma pesquisa maior, certamente teremos resultados muito significativos ao final.
ResponderExcluirObrigada pela devolutiva, Carlos. De fato é um tema que demanda mais pesquisas.
ExcluirProfessoras Carma e Eliane, parabéns por abordarem essa temática tão relevante, porém, ainda pouco discutida na sociedade. É muito importante ver a mulher indígena buscando seu espaço e, principalmente, mantendo suas tradições.
ResponderExcluirObrigada pela devolutiva.
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