RESUMO - AÇÕES AFIRMATIVAS DE MATRICIAMENTO EM TERRITÓRIO TRADICIONAL: TRAÇANDO CAMINHOS PARA O CUIDADO INTERCULTURAL

Autores(as)
Mayara Ines Feitoza dos Santos - mayaraines0@gmail.com (Instituto Federal de Pernambuco- Campus Pesqueira IFPE)
Pedro Camilo Calado da Silva - pedrocamilocalado@gmail.com (Instituto Federal de Pernambuco- Campus Pesqueira IFPE)
Valquiria Farias Bezerra Barbosa - valquiria@pesqueira.ifpe.edu.br (Instituto Federal de Pernambuco- Campus Pesqueira IFPE)


Resumo
Objetivo: Caracterizar as ações afirmativas de apoio matricial entre a equipe do Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) II e a Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena (EMSI) do Polo Base Xukuru do Ororubá, Pesqueira, PE. Metodologia: Estudo descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa desenvolvido através de entrevista em profundidade com profissional do CAPS II responsável pelo apoio matricial junto à EMSI do Polo Base situado no território tradicional Xukuru, Pesqueira, PE. A análise se deu pelo método da narrativa. O protocolo de pesquisa foi aprovado por comitê de ática através do parecer nº1803905. Resultado: Matriciamento ou Apoio Matricial constitui-se como prática de cooperação entre uma equipe de atenção básica e uma equipe especializada. Suas referências de apoio setoriais e intersetoriais potencializam a oferta dos cuidados primários em sua complexidade. Conforme a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (2002), no contexto estudado, os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) atendem às demandas não solucionadas no polo base, a exemplo do atendimento especializado aos indígenas com transtorno mental, em complementariedade ao Sistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI). A principal estratégia de apoio matricial se dá por meio de articulação entre a psicóloga do CAPS II e a EMSI do polo base de saúde. O atendimento aos usuários indígenas inicia-se com a visita da psicóloga ao território, para conhecer a sua realidade e interagir com os profissionais enfermeiros, médicos, psicólogos, técnicos de enfermagem e assistente social. Para dar continuidade a EMSI visita o CAPS para uma visão integral do processo saúde-adoecimento e terapêutico. As práticas de apoio matricial identificadas foram: interconsulta, consulta conjunta de saúde mental e visitas domiciliares. Essa articulação proporciona atendimento individualizado e respeito à pluralidade étnica e cultural. As dificuldades evidenciadas foram: a escassez de profissionais do CAPS envolvidos no apoio matricial, lacunas de conhecimentos sobre o apoio matricial e falta de oportunidades de capacitação. Conclusão: O apoio matricial é de imprescindível importância na abordagem do sofrimento psíquico dos indígenas, de acordo com os pressupostos da clínica ampliada, assim como na oferta do cuidado intercultural, na construção da equidade étnica e na efetivação da saúde diferenciada. Faz necessário inserção da temática da interculturalidade nas ações de educação permanente municipais e ampliação da articulação intersetorial para eficácia do matriciamento em saúde mental.
Palavras-chave: Saúde de Populações Indígenas. Medicina Tradicional. Saúde Mental. Apoio Matricial.

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